"Não basta dizer que se é consciente de algo; é-se, também, consciente de algo como sendo algo"



domingo, 14 de março de 2010

..:: A dor do pensar ::..


Pensar não é uma atividade fácil. Ser levado a pensar então, nem se fala! Tive nos últimos dias, uma aula que talvez figure entre as melhores aulas que já assisti ou ainda, umas das mais infelizes da minha história. Não sei se por coincidência, mas a disciplina ministrada era "História" do Brasil Escravista e no transcorrer do debate sobre o tráfico do trabalho humano nos dias que se seguem, me encontrei em uma situação de pressão particular: instigado a entender os fatos, a fazer conexões, estabelecer analogias, traçar comparativos , analisar um tempo que não me pertence, mas que se faz tão presente, reconhecer, perceber, indagar, responder, opinar, criar possibilidades... arrhhh... e PENSAR! Como explicar tal situação?! Será que aquele embate interno era só meu?! Não demorou muito pra eu observar que o incômodo não era tão particular, era generalizado, tocava em todas as partes daquela totalidade.


A História sempre me agradou, me encantou, fez pensar e como foi bela esta aula, recordo-me de tempos de outrora, aulas de uma professora que vou lembrar até não ter mais histórias pra contar, mas tinha algo estranho naquele dia, acho que meu cabelo não estava legal... as pessoas vivem dizendo que ele está pegando fogo. Pensando bem, não era o cabelo que entrava em erupção, era aquilo que ele esconde... A minha mente, assim como a mente da maioria dos estudantes, não estão acostumadas a receber visitas assim, que batem à nossa porta e entram ocupando um espaço enorme, nos fazendo PENSAR. Estamos habituados a aulas pouco propositivas, que não nos permitem participação e troca, mas a possibilidade de meros depósitos do conhecimento. Embora tenha sido pego de surpresa, gostei da surpresa, do incômodo, das incertezas, dos questionamentos, do PENSAR. Mas da próxima vez, vê se modera o passo... não é tão corriqueiro tanta pressão particular!

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