"Não basta dizer que se é consciente de algo; é-se, também, consciente de algo como sendo algo"



domingo, 17 de abril de 2011

..:: Sobre dar mais aos que vem de cá ::..



Por que é tão tendencioso servir-se aos de lá? Não seria coerente se dar com mais afinco aos que são de cá? Até suponho respostas, mas confesso que me falta impessoalidade para discorrer sobre elas!


[...]

E eis que um diálogo nos conduz ao exercício da reflexão...


Maricota: - "Sobre dar aos que vem de cá". Elementar e ao mesmo tempo muito forte.
Januário: - É um dilema que me atormenta. Essa disponibilidade sempre tão "disponível" aos outros, àqueles que são da rua, e uma certa rudeza, desinteresse, pelos de casa.
Maricota: - Aos da rua a gente escolhe o que doa, aos de casa a gente quase nunca pode escolher. É nessa tentativa (ou na falta dela) que somos rudes. A gente foge a essas responsabilidades.
Januário: - A gente não só escolhe, mas escolhe sempre o melhor, sempre seleciona, parece querer agradar. É como se fosse uma busca constante pela conquista desse outro de lá. E como que um comodismo com os de cá, por estes já terem sido conquistados pelo sangue e por todas as relações já estabelecidas.
Maricota: - Esse também é um fator, fortíssimo!


[...]

Então, no fim do diálogo:


Maricota: - Aquela foto sua está linda!
Januário: - São seus olhos, meu bem!

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