O frio às vezes quer ser quente, quer acalentar, mas a natureza não deixa porque o frio não nasceu pra isso. Não compõe a sua lista de habilidades a proeza de aquecer; ele é gélido, frígido, por hora amargo, no entanto, vive tentando acomodar a sombra daqueles que o sustentam.
Tantos já se foram, quantos instantes já se perderam, mas eu peço piedade, piedade às sombras e aos sustentáculos. Suplico piedade ao mesmo passo que grito: permitam-me exercer a minha frieza, não por egoísmo, mas por vocação.
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